Dor no peito
"Quando o coração padece, a dor é capaz de se espalhar na direção do estômago, do maxilar inferior, das costas e dos braços", descreve o cardiologista Paulo Bezerra. Em geral, isso acontece quando o músculo cardÃaco recebe menos sangue devido a um entupimento das artérias. "A sensação no peito é como a de um dedo apertado por um elástico. E piora com o estresse e o esforço fÃsico", explica Bezerra. Não dá para marcar bobeira em casos assim: o rápido diagnóstico pode salvar a vida.
O tórax, o peito, é formado por um bom número de órgãos e tecidos que podem se manifestar por sensações dolorosas. Entre as dores mais temidas, estão as chamadas dores do coração e, dentre as quais, a angina do peito e o infarto são as que motivam maiores temores por serem as mais conhecidas e consideradas como as de maior probabilidade de serem fatais.
A angina pectoris é um tipo de dor que o paciente sente no peito, braço ou nuca e que aparece com a realização de esforços ou emoções ou mesmo sem fator provocador aparente. A angina é uma dor que provoca medo, daà o nome angina, que significa medo, angor em latim. É uma dor que costuma deixar o paciente imóvel, assustado e que dura poucos segundos.
A sensação de dor na angina é provocada pela diminuição do sangue que passa pelas artérias que irrigam o músculo cardÃaco. Este é um sinal de que pouco sangue está irrigando o coração durante aquele momento, geralmente, durante algum esforço. Se o esforço diminuir ou cessar, a dor pode ceder. Se a pessoa continuar no esforço e a dor persistir pode significar que a angina progrediu para um estágio mais grave da doença, qual seja o infarto do miocárdio.
O infarto do miocárdio acontece quando uma parte do músculo cardÃaco deixa de receber sangue pelas artérias coronárias que a nutrem. Esta falta de sangue leva o músculo à morte. Nessa situação clÃnica, a dor pode ser de maior ou menor intensidade e costuma ser acompanhada de outras manifestações:
- piora e maior duração da dor,
- a pressão do paciente cai,
- ele sua muito, fica pálido, inquieto, tem a sensação de morte iminente;
- por fim, o paciente apresenta confusão mental até a perda total da consciência e morte, caso não houver um pronto atendimento.
A maioria dos pacientes que morre do infarto não chega a ter atendimento médico. Existem infartos mais ou menos graves, a gravidade depende da extensão, da localização, da idade do paciente, além de outras doenças concomitantes que podem agravar a doença.
- Infartos pequenos, que lesam menos músculo cardÃaco têm melhor prognóstico: quanto maior a lesão do coração maior chance do paciente morrer.
- Infartos que atingem regiões importantes do coração, como o local onde se geram os estÃmulos cardÃacos e infartos que provocam arritmias, costumam ser mais graves.
- Pacientes idosos de maneira geral toleram melhor um infarto do que as pessoas jovens que não desenvolveram uma circulação colateral, como os idosos onde a doença isquêmica já existe há mais tempo.
- Outras doenças concomitantes, como diabete, enfisema, hipertensão arterial, podem piorar um prognóstico.
A grande maioria dos casos de morte súbita é provocada pelo infarto do miocárdio.
Matéria retirada: ABC da saúde e Revista Saúde é vital